Projeto #in #timida #des: O caso Ana Lídia

Eu e Ana Lídia, provavelmente aos seis ou sete anos

Hoje, ao abrir o facebook, deparei-me com a noticia publicada pelo Correio Braziliense, de que faz quarenta anos da morte, ou melhor, assassinato, de Ana Lídia.

A foto estampada da página e toda a notícia mexeram muito comigo. Fiquei me perguntando o porquê. Na época em que assassinaram Ana Lídia, eu estudava em uma escola pública. Ia e vinha em uma Kombi do quartel (era uma espécie de transporte escolar na época).

O motorista da Kombi me deixava na porta da escola antes que qualquer pessoa tivesse chegado para trabalhar. E eu ficava ali, com meus cabelinhos quase brancos e um medo enorme de que acontecesse algo tão ruim comigo como havia acontecido àquela menina. Lembro-me de que um dia estiquei a mão para um completo desconhecido e pedi para que ele me levasse para casa, pois estava com muito medo. Não me lembro qual foi a sua reação, mas sei apenas que nada aconteceu comigo. Sobrevivi à falsa inocência de que havia segurança, de que Brasília era praticamente uma cidade de interior...

Ana Lidia nasceu em 1966, mesmo ano em que nasci. Se tivesse viva completaria quarenta e sete anos, assim como eu.

Foi inevitável não pensar em como ela estaria hoje. Qual seria a sua profissão? Seria magra ou gorda? Teria filhos? Sabe, essas coisas banais, como ir ao salão, ou brigar com um filho... Nada disso aconteceu a ela.

Ana Lídia foi arrancada de seu futuro e ficou eternizada naquela foto de colégio com seus cabelinhos quase branco (os meus escureceram), os dela provavelmente mudariam de cor tantas vezes...

Para ler a reportagem na íntegra clique na foto abaixo

Ana Lídia