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      imagem: Pixabay O isolamento sem fim de Joel Marques     Se me permitir, leitor, vou contar a minha história. Vivia há exatos doze anos, três meses e vinte e dois dias sem sair. Já nem me lembrava da última vez em que tive coragem para ultrapassar a porta da minha casa. Conhecia todos os sons do prédio: o despertador do vizinho, os primeiros movimentos do elevador, os banhos e as brigas de todos que viviam ao lado, em cima ou abaixo. Comprava o gás para o aquecedor no inverno e abusava do ar condicionado no verão. Era feliz assim.  Minto!  Era o mais feliz que conseguia, desde que comecei a conviver com uma amante caprichosa: A agorafobia. Sempre senti aquele pequeno incômodo por “não ser normal”, por não ir às festas da família e o que mais magoava; não ter um relacionamento.  O meu social era a janela, mas, ao mesmo tempo em que várias pessoas da rua eram íntimas para mim, tinha a consciência de que era absolutamente invisível para elas. Até desenvolvi um hábito de dar nome a a

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