Ainda enxaqueca...
A pele tem um cheiro azedo, talvez tenha trabalhado ao sol ou a blusa fosse sintética, um vapor avinagrado, desagradável . Viro-me para o outro lado e o estômago começa a rejeitar a comida, que por sinal está bonita, colorida, mas tudo se transforma em tortura. Expulso-me da cadeira. O restaurante apertado. Começo, meio em desespero, a empurrar fazendo com que algumas pessoas fiquem imprensadas entre a mesa e a cadeira. Não percebo, não me importo, se por acaso recebo algum olhar de desaprovação. Miro, fixo, na plaquetinha atarraxada e gorda de uma imbecil em forma de triangulo. Mulher ou feminino, ou simplesmente um símbolo que me permita entrar, já pegajosa, gelada e sentindo o ardor subir à garganta, mal conseguindo me agachar, submissa, ao vaso sanitário – neste caso público. O som escandaloso de meu organismo desejoso em expulsar um simples cheiro forte de algum inocente trabalhador, me faz sentir vergonha ao sair, aliviada e com olhos injetados, ainda chorando pelo esforço.
Dirijo um olhar incriminador, cheio de mágoas, para o homem-cheiro-ruim-ou-forte. Ando rápido, buscando o mar e lamentando meu almoço perdido, o arroto azedo, as passadas doídas pulsando na cabeça.
A mão direita segurando o latejar das têmporas, enquanto respiro fundo tentando esquecer o cheiro forte e insistente que ainda cheira em minha memória.
Gam...
ResponderExcluirBaseado em fatos reais? Enxaqueca deve ser uma coisa muito ruim mesmo. Cerebro é um órgão mto complexo, qquer coisa que afeta ele, afeta o organismo.
Beijao!
ola joana, não falam Português, mas me ajudou com os tradutores, eu vejo você escrever bem, eu gostei dessa história, espero que você continue a escrever e manter contato
ResponderExcluirJoana, esta enxaqueca te segue a um bocado de tempo, e parece que agora mais ainda em seus contos. Você descreve tão bem, que eu chego a sentir as têmporas latejando.
ResponderExcluirCada vez menos, Gulla, é melhor que ela exista somente na literatura..
ResponderExcluirBeijos