Um olhar sobre o microconto



Ultimamente tenho recebido vários e-mails e convites para concursos de microcontos, nunca participei mas, me senti motivada a me arriscar nas “nano” narrativas.
Essa viagem nos microcontos também me levou a pesquisar blogs onde se escreve dessa forma. 
O impacto que ficou foi de algo parecido com um flash, daqueles que recebemos no rosto na hora da fotografia... A diferença é que um micro conto quando consegue esse efeito, vai direto na nossa sensibilidade, exatamente como um clarão, uma injeção de ideias bem concatenadas e enxutas até a exaustão.
O microconto não diz, sugere. Difícil de se escrever e delicioso de ler. Impactante, e um potente estimulante para a nossa criatividade.
É praticamente impossível ler sem interagir com o texto, já que não está determinado onde e como acontecem os eventos, somente uma vaga ideia do que se expõe, como um sussurro ao ouvido, sugerindo ao leitor que preencha os espaços vazios.  
Um exemplo é o microconto, com apenas vinte e seis letras, de Ernest Hemingway, considerado um dos mais representativos já escritos. O célebre autor de "O Velho e o Mar" nos lança ao colo uma história dramática e inquietante, de uma tragédia familiar:

“Vende-se: sapatos de bebês, sem uso.”

No Brasil, Dalton Trevisan é considerado, o ponto de partida para o micro conto.

“Domingo, de volta do futebol, ele serve-se de uma cachacinha, liga o rádio 
- Sabe, paizinho?
É o menino de seis anos, todo prosa.
- O que, meu filho?
- Essa a música que a mãe dança com o tio Lilo.”

Para quem quiser conhecer um pouco mais o tema, indico um portal dedicado ao micro conto:

www.microcontos.com.br

Podemos chamá-lo de miniconto, microconto, nanoconto, não importa o nome, o que importa é aprendermos mais uma forma de estimular nossa mente para a boa literatura.



Comentários

  1. Bom dia!
    Obrigada pelo post.
    Ajudou-me bastante!
    Carla Fernanda

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  2. Obrigada, Carla. Estarei sempre trazendo vários olhares sobre esse gênero narrativo que tanto admiro.
    Beijos

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