Lançamento do livro "Vida Cachorra", de Mariel Reis

No dia 02 de março, às 19h, na Livraria da Travessa, Rua Visconde de Pirajá, 572 - Ipanema, o escritor Mariel Reis, lançará seu livro de contos "Vida Cachorra".
Estarei lá, com certeza! É uma oportunidade de prestigiar um autor de contos, meu gênero preferido, e o melhor, comprar um bom livro!
Colocarei, abaixo, duas apresentações do "Vida de Cachorro", só para dar água na boca...





Prefácio:

então. como não sou do reino deste mundo – a literatura cruel –, aqui retratado por mariel reis, posso dizer sem melindres, a delicadeza de lado, com letras minúsculas, sem capitular nem nada, e com a mesma pontuação dele, de propósito transgressora, igual à existência me-nor de seus personagens: você vai se surpreender. sim, sou um parrésico, é meu dever falar a verdade (a minha, claro!) sobre estes contos de vida cachorra. macondo, pasárgada, nanja? não, brasil mesmo, aqui, agora. o cru e o mal cozido. realidade que late em subúrbios, vere¬das urbanas do nosso mundo-país. ficção de raiz nelson-rodrigueana, rubemfonsecamente direta, que dalton-trevisanda com as próprias pernas e coisa e tal. vá se preparando que, se falta metáfora, sobram vísceras livro-adentro: no osso é que rói a mó da comédia humana. o grotesco sublima, em ação incisiva, como ponta de faca na pele, caco de vidro na carne. escrita dura, que ruge, lama que emerge de almas miúdas. amor de real interesse. aquilo que somos lá no nosso fundo, negro. a nossa poção podre da maçã. e o estilo? anti-beletrista. o árabe lá com sua adaga, exibindo-a, arabescos no ar. um tiro nele e pronto. adeus, malabarista! assim é a coisa aqui. rude, mas tocante. como a vida. só aquele que está na outra face, para saber a força de seu avesso. é isso o que encon¬tramos nestas histórias: maldades. e das boas. o que fica? fique de olho neste menino, mariel reis. talento refinado, do lodo ele extrai flor de lótus. é preciso ter sensibilidade para captar o bruto. mariel tem. indiscutível.
(joão anzanello carrascoza)



Uma galeria de pessoas vira-latas normais. É isso o que você vai encontrar nesses contos de Mariel Reis - onde a barbárie pode ser vista como só mais uma consequência da natureza humana e a loucura é um desvio disfarçado.

Costumo pensar que a única diferença entre o ser normal e o ser louco é que o normal sabe esconder melhor suas bizarrices. Aí é que entra o escritor Mariel em Vida Cachorra. Ele parece ter a manha de inventar histórias pra essas pessoas que a gente vê por aí, dentro de ônibus circulares ou nas filas de uma casa lotérica.

Um vendedor de sapato fetichista, um Papai Noel bandido, um presidiário bígamo, um funcionário correto que, depois de tanta porrada, decide trabalhar a favor de si mesmo. Clichês ambulantes suburbanos capazes, como qualquer um, de amar e perdoar e perder a razão. De tomar alguma decisão momentânea e acabar na editoria policial de um jornal popular.

Curtos e secos e complexos - como a narrativa do escritor, calcada em frases diretas e ritmo ditado por imagens que, por sua vez, são ditadas por ações. Não há marasmo nessa vida cachorra; e se houver, cuidado, ele pode ser um bocado perigoso.

O que me fica na cabeça depois de acabar a leitura, é essa vontade suja que alimenta as relações humanas. É o egoísmo paradoxal que nasce com a gente. Como aquele personagem que é capaz de assassinar alguém pra salvar a vida de um ente querido - e isso também é sujo e isso também é egoísta, mesmo que movido pela compaixão.

Sou capaz de entender um crime, desde que ele seja passional. Se você pensa o mesmo, vai entender as histórias de Mariel Reis. Se não, siga em frente e leia o livro e alguma outra corrente de pensamento vai aparecer. Não há uma única saída e o leitor é quem escolhe o caminho a seguir.
(Bruno Bandido) 

Editora Usina de Letras
Preço: R$20,00
Páginas: 78

Comentários

  1. Poxa, pena que só vi agora. Que chato!!! Sabe se vai ter outro lançamento dele?

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  2. Marcio não sei lhe responder! Talvez uma noite de autógrafos, mas acredito que fora do Rio!
    Estamos sorteando um exemplar do livro no nosso site www.tabletesculturais.com.br.
    Abraços!
    Joana

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